É dentro de casa que os filhos aprendem as coisas fundamentais para sua vida: do andar à formação de seu caráter.
São vários os relatos que ouvimos aqui e ali sobre o quanto estamos mais voltados à família. Pais e filhos têm se conhecido melhor. As descobertas são muitas. Algumas reservam boas surpresas. Outras nem tanto.
Seria muito bom se tivéssemos um manual de instruções para convivência de longo prazo, mas a vida real não é assim. Embora existam muitas sugestões e dicas para que as relações sejam as melhores possíveis, na prática, as coisas são diferentes.
Todos os pais almejam um ambiente saudável, entretanto são muitas as variáveis que interferem, a começar pela própria história dos progenitores e pela idade dos filhos.
Cada fase reserva um desafio de acordo com a faixa etária: crianças, adolescentes e até adultos.
Quando a língua da empatia está presente, os conflitos se resolvem de forma mais justa, amena e construtiva. Entretanto, a empatia nem sempre vem naturalmente. O primeiro passo é ter consciência da sua importância. Ouvir com toda atenção, reconhecer e nomear os sentimentos, permitir a expressão, não julgar apenas pela sua visão (afinal, a visão de mundo de cada um é resultado de suas vivências e não das vivências do outro), entre outras atitudes.
Aí vem a pergunta: como mudar algumas atitudes já cristalizadas? O primeiro passo é refletir sobre a qualidade das relações de forma verdadeira, questionar-se, avaliar-se etc. Certamente, as análises vão mostrar se seria o caso de buscar um aconselhamento. Mas vale lembrar que um ambiente hostil, agressivo ou ameaçador pode causar muitos danos à saúde emocional dos filhos, assim como a ausência dos pais.
Já que falamos de ausência, vamos falar da importância presença. Muito se diz que quantidade não é qualidade. Na verdade, uma não exclui a outra: para haver qualidade é preciso, sim, haver quantidade. Os pontos fundamentais da presença dos pais são o seu interesse, o apoio, o carinho, a compreensão, o incentivo e, inclusive, os limites. Tudo isso exige tempo na quantidade certa. Se a maior permanência em casa permite que os pais reconheçam certas dificuldades (algumas que sempre existiram), tudo o que estamos vivendo com o distanciamento já valeu.
A intenção é que as crianças e os jovens tenham segurança para crescer sadios física e emocionalmente. Quando a escola – por meio da formação socioemocional praticada no cotidiano – e a família falam a mesma língua, quem ganha são seus filhos, nossos alunos.
Um abraço a todos e até a próxima.